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Seis meses depois...

 

Dia 12 de julho completamos seis meses do megadesastre que atingiu nossa região. Desde então, estamos discutindo muito sobre o que realmente foi feito, sobre o que não foi feito e como poderá ser resolvida essa complicada situação. Visando não deixar cair no esquecimento das autoridades os reais problemas da  população, foi que, algumas entidades locais se uniram para criar o Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, que tem como objetivo captar as necessidades das pessoas.

Com a Campanha “Venha falar e ser ouvido”, o microfone foi aberto para quem quisesse falar de suas dores, dúvidas, indignações, reflexões e questionamentos. De acordo com depoimentos de populares, aquele foi um momento de emoção, pois pela primeira vez eles realmente falaram sem censura, sem direcionamentos partidários e excludentes. Todos que quiseram, falaram por si, por suas organizações, por seus bairros, por suas comunidades. Acompanhe neste informativo, os detalhes de cada Ato Público, da Audiência na Câmara e Reunião com o Ministro do Trabalho e com o Vice-Governador que o Fórum realizou.

Publicação Impressa - Edição Nº 01 - Julho/2011

Moradia, Trabalho e Dignidade!

                                      Já!

12 de março - Praça Dermeval Barbosa Moreira

 “É HORA DE FALAR E SER OUVIDO”

O Fórum Sindical e Popular convocou a população de Nova Friburgo para uma audiência pública, na praça, para que as pessoas atingidas pela tragédia de janeiro de 2011 pudessem falar e serem ouvidas. Pois, passados dois meses da catástrofe, e não tínhamos respostas dos governos Municipal, Estadual e Federal que só fizeram promessas para solucionar os problemas, principalmente nos bairros mais pobres. Muitos lugares continuavam com falta de energia elétrica, telefones e transportes. A cidade estava um caos. Os trabalhadores e a população pobre sofriam muito com a falta de estrutura da cidade. Não tínhamos notícia do começo da construção de casas para os desabrigados, mostrando que poderia acontecer em Friburgo o mesmo que aconteceu em Santa Catarina, Angra dos Reis e Niterói, onde nada foi feito e as pessoas tiveram que voltar para as áreas de risco.

O Fórum Sindical e Popular começou neste ato a coleta de reivindicações para pressionar as autoridades e apresentar as demandas da população.

12 de abril - 1ª caminhada pela Avenida Alberto Braune

No dia 12 de abril de 2011, aconteceu o segundo ato público, convocado pelo Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, para lembrar a tragédia climática que devastou Nova Friburgo e também para cobrar das autoridades municipais, estaduais e federais planejamento e ação da reconstrução do município. A manifestação teve três momentos: discursos na Praça Dermeval Barbosa Moreira, caminhada na Avenida Alberto Braune e, finalmente, encontro entre os integrantes do movimento com o prefeito.

Na Praça, o Fórum liberou o microfone a e população exerceu o seu direito de protestar em face da inércia das autoridades na solução dos problemas causados pela tragédia. Os discursos foram contundentes, pregando dignidade, moradia e trabalho. Os manifestantes cobraram aluguel social para todos os desabrigados e desalojados, o início imediato da construção das casas populares, a recuperação dos bairros atingidos pela tragédia, entre outros pleitos.
A população aceitou o convite e participou do dia de luta e as lideranças puderam expor diretamente ao prefeito suas opiniões e angústias, sobretudo com a situação das vítimas da tragédia, apontando também o abandono dos bairros e distritos. É este o objetivo do Fórum Sindical e Popular que estabeleceu todo dia 12 como dia de luta em Nova Friburgo.
Além do microfone aberto a todos, o Fórum passou a registrar, por escrito, os protestos, as queixas, as reivindicações, as solicitações, as necessidades de cada cidadão nas questões pessoais e coletivas.

Queixas Coletivas

COPIE - IMPRIMA - MARQUE

Essas foram as queixas coletivas recebidas pelo Fórum nos atos dos dias 12 de março e 12 de abril.
Marque com um R o que foi Resolvido, com um EA o que está  Em Andamento e pinte de vermelho o que ainda nem começou a ser feito.

(  ) Casas Populares (Construção)

(  ) Água Potável

(  ) Aluguel Social

(  ) Casas Interditadas sem laudo Defesa Civil

(  ) Contratação de Psicólogos

(  ) Cursos de Teatro

(  ) Isenção do IPTU para reconstrução

(  ) Limpeza das galerias subterrâneas

(  ) Limpeza das vias públicas

(  ) Maior presença da Defesa Civil

(  ) Máquinas Paradas

(  ) Perda de Eletrodomésticos

(  ) Portal de Transparência

(  ) Respeito ao cidadão

(  ) Solução para Hotel Teleférico

(  ) Terras contaminadas

(  ) Validação Concurso de 1999

(  ) Árvores Caindo

(  ) Buracos

(  ) Iluminação Pública

(  ) Limpeza dos escombros

(  ) Muro de contenção

(  ) Ônibus até o ponto final

(  ) Presença das autoridades

(  ) Conclusão da obra da Rua Teresópolis

(  ) Conclusão da obra do Bom Pastor

(  ) Ruas interditadas

(  ) Mais ônibus

(  ) Bueiros abertos / Mau cheiro / Ratos

(  ) Saúde

(  ) Casas soterradas

(  ) Desabrigados

(  ) Alimentos

(  ) Escolas públicas

(  ) Correio

(  ) Creches

(  ) Linhas Telefônicas

(  ) Energia Elétrica

(  ) Reconstrução de pontes

(  ) Segurança

(  ) Solução para as lavouras

(  ) Ajuda aos animais perdidos

(  ) Conserto Praça Lafayete

(  ) Dengue (02 casos no Floresta)

(  ) Desperdício Dinheiro Público

(  ) Pontos de ônibus desativados / destruídos

(  ) Péssimo estado do asfalto

(  ) Situação das casas que serão demolidas

(  ) Liberação do Edifício Humberto Spinelli

(  ) Roupas / Cobertores

12 de maio - Córrego D'Antas

O Fórum tomou a decisão de realizar nossos Atos Públicos nos Bairros. Em maio, foi a vez de Córrego D’Antas. O ato aconteceu às margens da estrada Friburgo-Teresópolis. Os moradores do local compareceram e registraram suas necessidades e angústias.

Acesse: http://www.corregodantas.org/

12 de junho - Loteamento Floresta

Fomos ao Floresta, distrito de Conselheiro Paulino, onde além do descaso (não há obras nem orçamento previstos para o local) foram registradas as condições das encostas e o medo dos moradores em relação
à grande quantidade de pedras soltas.

Audiência na Câmara

A Assembléia Legislativa criou uma CPI para acompanhar e fiscalizar as ações em relação à catástrofe na região serrana e fez acontecer uma audiência pública na câmara Municipal. O Fórum Sindical e Popular esteve presente apresentando aos deputados as reivindicações da população e denunciando a falta de planejamento e transparência do poder público na utilização da verbas que chegaram em nossa cidade.

Reunião com o Ministro do Trabalho e Vice Governador

Na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário, o Fórum Sindical e Popular recebeu o Ministro do Trabalho Carlos Lupi, o vice-governador Pezão, o subsecretario Afonso Monerat, deputados e outras autoridades. Neste ato, o Fórum reivindicou que as casas populares não fossem construídas todas em um só local e apresentamos diversas alternativas de terrenos que poderiam ser utilizados no Campo de Coelho, Chácara do Paraíso, Nova Suíça, Alto das Braunes e outros , além das demandas que a população nos passou através das audiências publicas nas praças da cidade. Posteriormente, esses locais foram visitados pelos representantes do governo do estado e alguns foram aprovados e aproveitados.

Os relatórios produzidos pelo Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, com as informações dos cidadãos  friburguenses, nos ATOS PÚBLICOS (12/03, 12/04, 12/05, 12/06/2011) foram entregues, até agora, para as seguintes instituições:

CONAM (Conselho Nacional das Associações de Moradores)
CONDENF (Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo)

E para as autoridades:
Vice Governador – Luiz Fernando de Souza Pezão
Subsecretário para a Reconstrução – Affonso Monnerat
Prefeito Municipal – Dermeval Barboza Moreira Neto

Fórum do Movimento Sindical e Popular de Nova Friburgo - em defesa da participação popular na tomada de decisões políticas

As organizações representativas do movimento Sindical e Popular de Nova Friburgo, reunidas em Fórum permanente de debates e de apresentação de propostas para o enfrentamento à tragédia que se abateu sobre Nova Friburgo, entendem, em primeiro lugar, que as discussões em torno das soluções para os graves problemas que afligem nossa população não podem ser monopolizadas pelos governantes e representantes do empresariado.

Os trabalhadores e moradores das áreas devastadas pelas chuvas são os maiores interessados na definição das políticas públicas voltadas à superação das adversidades e não aceitam ficar à margem da tomada de decisões.

Exigimos a nossa participação neste processo.

Atividade do Fórum no Sindicato Têxtil

Os trágicos acontecimentos vividos pelos moradores de nossa cidade têm, em parte, origem nos fatores de ordem natural: o grande volume das chuvas. Por outro lado, o descaso dos sucessivos governos municipais e estaduais permitiu a ocupação desordenada de encostas, margens de rios e outros espaços impróprios, deixando de investir em programas ambientais e habitacionais, permitindo assim a ocupação irregular do solo sem respeito às mínimas exigências técnicas  de segurança. Fica clara a total falta de compromisso com as camadas populares. O governo do Estado pouco investiu, nos últimos anos, na prevenção de tais calamidades, mesmo havendo recursos específicos para isso.

A Prefeitura de Nova Friburgo continua deixando de cumprir o que determinam as leis municipais 3.549/2007 e 3.690/2008, que criaram, respectivamente, o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e o Conselho Municipal do Trabalho, Emprego e Renda. De fato, com o descumprimento da legislação, os governantes evidenciam o desinteresse pela participação dos trabalhadores organizados e movimentos populares na definição das políticas sociais e econômicas.

Já passou da hora da população, que paga seus impostos e produz a riqueza através do trabalho, mudar este estado de coisas.

O Estado tem a obrigação de oferecer: pavimentação, iluminação pública, saneamento básico (coleta de lixo, água potável e esgoto tratado), energia elétrica (com tarifas equivalentes às contas            de luz das indústrias), telefonia, transporte público a preços justos, saúde, educação, cultura e lazer. Os movimentos e organizações representativas dos trabalhadores estão hoje unidos para ações conjuntas no caminho da (re)construção das cidades sobre novas bases, visando o atendimento dos interesses populares.

Atividade do Fórum na rua

Assinam este manifesto

Associação de Docentes da Fac. de Filosofia santa Dorotéia
Conselho Mun. das Associações de Moradores (COMAMOR)
Sindicato dos Professores (SINPRO) de Nova Friburgo e Região
Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE)
Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos
Sindicato dos Trab. nas Ind. de Fiação e Tecelagem (Têxteis)
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário
Sindicato dos Trab. em Saúde e Previdência (SINDSPREV)
Sindicato dos Trabalhadores Químicos
Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil
Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos Bancários
Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares
Sindicato dos Empregados no Comércio
Sindicato dos Marceneiros
Movimento Educacionista
Central Sindical e Popular/Conlutas
Intersindical
Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
Vereador Professor Pierre
Vereador Cláudio Damião
Grupo de Artes “Theatro D. Eugênia”

Esta é uma publicação do Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo

Formato impresso: 2.000 exemplares

Diagramação: Tamara Blacheyre

Reuniões

Participe das Reuniões do Fórum Sindical e Popular que acontecem toda terça-feira às 18 horas, na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário, na Avenida Alberto Braune, 05 - sala 113.